Nos últimos dias temos acompanhado o boom do Yoga on-line em diversos formatos. São tantas opções que é fácil ficar perdido. A importância do papel do professor nesse processo, ainda que a prática seja um trabalho que se refere à experiência de cada um com as ferramentas, contudo permanece.  E temos que estar atentos às nossas escolhas porque às vezes a internet pode nos pregar peças.

O Yoga como alternativa na quarentena

Ao longo das duas últimas semanas, estive recapitulando o Yoga a partir de algumas dicas de saúde pra quem está direto em casa. Coloco dessa forma porque a prática de exercícios moderados e diários é uma das recomendações que constam nessas dicas.

Sabemos que o Yoga trabalha com muitas outras questões que envolvem a compreensão das percepções e dos movimentos da mente bem como o trabalho com a respiração. Tais especificidades geram uma série de benefícios para a saúde, e direcionam a um entendimento de um corpo holístico e integral.

Em detrimento disso e possivelmente por conta da facilidade em relação a espaço e utensílios necessários, o Yoga tem se mostrado uma opção interessante para passarmos por esse período de quarentena.

O boom do Yoga On-line

Conforme um estudo realizado pela CBN, o mercado do on-line dessa atividade se potencializou de uma forma impressionante. A exemplo disso, um canal de vídeos teve alta de 800% em suas visualizações. Da mesma forma, o download de podcasts de meditação ativa de um outro aplicativo teve um aumento de 400%.

Existe sem dúvida um reflexo muito positivo em termos de mais pessoas praticando, se repensando e se trabalhando. Contudo, pode ser preocupante que determinadas práticas sejam feitas sem acompanhamento.

Se por uma lado as lives e o livre acesso deselitizam a prática e permitem que aconteça esse crescimento, por outro perde-se um pouco o controle de qualidade daquilo vem sendo produzido e mesmo da execução final por parte dos alunos.

Em outras palavras, é importante e necessário que tenhamos conteúdos disponíveis, porém quem é aluno inexperiente deve tomar muito cuidado com práticas filmadas e em lives que o professores não podem te enxergar, te acompanhar e te orientar.

O papel dx professorx de Yoga

Essa semana me deparei com ums frase do Paulo Freire: “Não se pode educar sem amor”. A citação me tocou porque diz muito respeito à escolha de quem resolve tomar a tarefa de ensinar como um trabalho constante. Se você não ama aquilo que faz, não é possível tocar o coração das pessoas.

Quando o Yoga toca seu coração e você percebe a diferença que isso faz na sua vida, você quer que todo mundo possa ter essa experiência. Por isso, nesse momento, vejo que muitas pessoas estão contribuindo com esse processo compartilhando lives no Instagram e Youtube.

Apesar de eu ter preferência por enxergar o aluno, resolvi disponibilizar materiais de apoio nesse sentido, os quais podem auxiliar a construir uma boa base para a prática. Entretanto, aconselho àqueles que curtem avançar nas posturas, ou que nunca praticaram ou que estão sedentários a procurarem orientação para a prática.

Trouxe aqui a importância dessa presença dx professorx como um importante fator de prevenção de lesões, principalmente nesse momento mundial complicado. A orientação de umx professorx, contudo, não deve ser uma bengala. Por essa razão trouxe acima uma citação de um dos senhores da pedagogia contemporânea e influenciador do movimento da pedagogia crítica como exemplo para esse texto.

Assim sendo, vale lembrar que ser conduzido e corrigido não deve ser um impedimento para a geração de autonomia e para a construção do seu próprio caminho na prática. E nós professores devemos disseminar essa semente do Yoga com a consciência de que para cada um ela tomará uma forma de pertencimento. E tá tudo certo porque nem as verdades do mundo não são únicas, nem as nossas verdades são as verdades do mundo.

Gracias!

conteúdo de Clarissa Brittes

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